14/03/2011

PORTUGAL ENFRENTA SEMANA CRUCIAL - Luis Rodrigues

SETUBAL NA REDE

Luis Rodrigues (Deputado do PSD)

2011-03-09

PORTUGAL ENFRENTA SEMANA CRUCIAL

Após as mini-férias de Carnaval eis que voltamos para enfrentar a dura realidade que se coloca à nossa frente.

Na política interna e externa esta semana vai der rica em acontecimentos.

É já hoje, dia 9, que o Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva toma posse como Presidente da República no seu segundo e último mandato, é amanhã, dia 10, que vai ser discutida a moção de censura do BE no Parlamento, realizando-se depois de amanhã, dia 11, a cimeira europeia da zona Euro e terminando no dia 12, sábado, com a manifestação da “geração à rasca”.

Como se pode constatar, o futuro político de curto e médio prazo está neste momento a ser jogado com regras que, em grande parte, nós não controlamos, nem os políticos nacionais nem a sociedade portuguesa no geral.

A partir de hoje o Presidente da República ganha novamente todas as competências inerentes ao cargo, incluindo a dissolução do Parlamento.

Durante vários meses Governo e oposição sabiam que este instrumento político não poderia ser usado, permitindo que alguns actores políticos assumissem atitudes que não tomariam se soubessem que o Presidente poderia usar a chamada bomba atómica.

A partir de agora o Governo e o PS e todos os restantes partidos da oposição, principalmente o PSD, sabem que as suas decisões podem precipitar uma crise política de consequências imprevisíveis.

Neste caso em concreto, parece que as decisões serão controladas ao nível interno, mas rapidamente se percebe que são os acontecimentos e decisões ao nível da União Europeia, que as condicionarão. Mesmo a este nível Portugal e os seus parceiros europeus têm a capacidade de controlar alguns dos acontecimentos.

Por outro lado, quer Portugal, quer os restantes 26 Estados Membros, dificilmente têm capacidade para controlar os chamados “mercados”.

As decisões que se irão tomar na próxima 6.ª feira na cimeira da Zona Euro, bem como a preparação do próximo Conselho Europeu de dias 24 e 25 de Março, serão condicionadas pelos “mercados”, e pela opinião pública europeia, nomeadamente a alemã, pois a Alemanha encontra-se em processo eleitoral e a Chanceler, por isso mesmo, tem de ter em grande conta também a situação interna do seu País. Não vale a pena esquecer ou ignorar o papel da Alemanha na construção europeia.

Voltando um pouco atrás no tempo, na quinta-feira a moção de censura do BE, que tem o chumbo decidido, só servirá para dar mais tempo ao Governo e ao PS, condicionando ao simultaneamente o PSD para o futuro próximo. Neste caso também as decisões serão maioritariamente condicionadas por questões nacionais.

Por fim, no próximo dia 12 de Março, Sábado, a manifestação da geração à rasca, ou da geração dos 500€, é mais um foco de pressão sobre o Governo, mas também sobre a oposição.

Numa abordagem mais simplista pode parecer que a pressão é única e exclusivamente direccionada para o Governo. A pressão também está a ser exercida sobre a oposição pois é para ela que os jovens se viram à procura de respostas e soluções que o PS já não tem capacidade e vontade de dar.

De todos estes acontecimentos, aquele que me parece ser o mais decisivo no curto prazo é a cimeira da Zona Euro, pois o que ali for deliberado ou preparado é que irá ditar regras para o nosso futuro próximo.

Afinal, cada vez mais é importante que cada um de nós preste mais atenção ao que se passa em Bruxelas e ao nosso papel na União Europeia.

Se por um lado esta crise veio demonstrar que a Europa é cada vez mais importante para as nossas vidas, por outro lado também demonstrou que temos de ser nós a trabalhar para encontrar as soluções para Portugal.

NOTA: Não posso deixar de fazer uma referência ao sucesso que foi a III Prova de Vinhos da Região de Setúbal que se realizou na Assembleia da República no passado dia 3 de Março. Como promotor da iniciativa agradeço à Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, aos 18 produtores de vinho que estiveram presentes, e aos produtores de arroz e de queijo da nossa região que forneceram os seus produtos de excelência. O sucesso da iniciativa ficou demonstrado pela presença de centenas de convidados.

Com poucos meios e com a ajuda da comunicação social local, nacional e estrangeira foi possível demonstrar que, mesmo num período de crise como aquele que atravessamos, Setúbal tem capacidade e condições para lutar pelo reconhecimento da Região enquanto motor de desenvolvimento dum país que não pode desisitir.

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