20/08/2007

Apertar Ainda Mais o Cinto




Este governo gere os destinos do país actualmente, parece conhecer como única e exclusiva medida económica o chamado “apertar do cinto”, que penaliza sobretudo a classe média portuguesa.
Tendo como “target” toda a função pública, recorreu de diversos estratagemas, sendo o seu preferido a alteração de estatutos e carreiras, que visando única e exclusivamente poupar dinheiro, retirada de direitos dos trabalhadores, enxovalhamento público dos trabalhadores.
E fê-lo com mestria. De modo a aproveitar as invejas tão características dos portugueses. Fê-lo acompanhado com uma máquina de relações públicas extraordinária. Com uma capacidade quase maquiavélica. Tudo bem programado, para depois ser executado. Fê-lo com a conivência de muitos jornalistas, muitos meios de comunicação social, que agora gritam a plenos pulmões por ajuda, na luta contra uma tal Lei da liberdade de imprensa. Meios de comunicação que passavam muitas vezes de excertos de estudos sobre determinada classe de trabalhadores. Sejam militares, polícias, professores ou funcionários públicos. Tornou-os em preguiçosos, ociosos demasiadamente bem remunerados. Tornou-os em números. Esquecendo-se que cada um deles tem uma família, tem amigos, tem um nome.
Manietou de tal forma a opinião pública que os trabalhadores do privado acham que os funcionários públicos não fazem nada, que os professores pouco trabalham e que são demasiadamente bem pagos. E claro “regalias” a mais. E baseia toda a sua força procurando explorar a tão portuguesa inveja.
Os professores acham que os polícias não fazem nada. Os polícias acham que os funcionários públicos nada fazem. E todos acham que os outros estão demasiadamente bem pagos. E claro o trabalhador no chamado sector privado, que acha que é ele que sustenta o país, apesar de muitas vezes nem pagar impostos, por auferir o ordenado mínimo toda a vida, e receber em subsídios e prémios, bem como senhas de refeição (que normalmente é três vezes superior ao praticado no sector público). Que não se apercebem que o mesmo molde usado pelo engenheiro Sócrates para os trabalhadores do sector público irá ser aplicado a eles pelos seus patrões, que já reclamam mudanças na legislação laboral de modo a que certas particularidades também possam ser aplicadas no sector privado.
Dividir para reinar. Tão simples como isto. E com isto atingir os seus objectivos quase sem se “chamuscar”.

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