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Até aqui a notícia foi consensual.
Só que o título da mesma notícia, exactamente com os mesmos dados, era-lhe dada nomenclatura completamente oposta. Enquanto dois canais, que transmitem em sinal aberto, tinham como título de notícia que o "desemprego tinha subido"... um outro tinha exactamente a mesma noticia, mas com cariz diametralmente oposto: "O desemprego baixou".
Parece estranho tão díspares opções editoriais.
A verdade é que entre Abril e Junho, a taxa de desemprego estimada ascendeu aos 7,9%, sendo superior em 0,6 pontos percentuais aos valores registados no mesmo trimestre de 2006 (ou seja, a chamada taxa de desemprego homóloga), mas inferior em 0,5 pontos percentuais à taxa observada no primeiro trimestre do ano.
Por outras palavras, se atendermos apenas aos dois primeiros trimestres de 2007, é claro que se registou uma descida da taxa de desemprego do primeiro para o segundo. Mas, se por outro lado, atendermos ao que acontceu na mesma altura do ano em 2006, ou seja há exactamente um ano atrás, a taxa de desemprego agora registada é claramente superior (taxa de desemprego homóloga).
Se tivermos em conta que em todos os anos, do primeiro para o segundo trimestre, se regista normalmente uma diminuição da taxa de desemprego, que tem a haver com o chamado emprego sazonal ligado ao sector da hotelaria, restauração e turismo, facilmente compreendemos que a nossa situação deve ser analidsada tendo em conta o que se passou no mesmo período de tempo no ano anterior. E nesse campo, os resultados não são bons.
A falácia dos números e as leituras que se podem fazer deles. Para uns, o copo está meio cheio... para outros o copo está meio vazio.
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