12/05/2008

Dicionário infantil explica que «betinho» e o "Cocó" é aquele que «não consome droga», SOL on-line, 080512

Dicionário infantil explica que «betinho» é aquele que «não consome droga»
O site do IDT destinado a crianças e jovens a partir dos 11 anos (www.tu-alinhas.pt) contém um dicionário (http://www.tu-alinhas.pt/InfantoJuvenil/pesquisarDicionario.do2) onde se pode aprender que «betinho», «cocó» ou «careta» é «aquele que não consome droga e, por isso, é considerado conservador, desprezível e desinteressante».
Tanto a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) como a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) consideram que o Dicionário do Calão pode suscitar a curiosidade dos jovens, atraídos pela linguagem usada, em vez de ser preventora de comportamentos.
Nesta matéria, psicólogos contactados pela Lusa manifestaram opiniões contraditórias, com alguns a considerar que a divulgação do Dicionário do Calão pode ser perigosa, enquanto outros desdramatizam a sua influência nos comportamentos dos jovens.
Em declarações à Lusa, o presidente do IDT, João Goulão, disse que o dicionário «tem alguma utilidade» e explicou que é mais seguro para um jovem consultar um glossário do que ficar mal informado.
João Goulão adianta que um jovem que desconheça um termo sente-se menorizado e pouco à vontade para perguntar o significado.
«Isso pode ser muito mais perturbador e muito mais desencadeador de curiosidade do que propriamente ter um local onde encontrar respostas às suas dívidas», acrescentou.
O presidente do IDT explicou que o site foi «elaborado e preparado com a colaboração das estruturas do ministério da Educação» e que para já não deverá ser alvo de nova reflexão.
«Não estamos fechados a mais reflexão sobre o assunto (dicionário), mas à partida não me parece que haja necessidade disso», esclareceu.
João Goulão adiantou que esta questão surge na linha da divulgação, há uns meses atrás, relacionada com a divulgação de postais (com informação sobre a droga e redução de danos) em iniciativas participadas por jovens, nomeadamente festivais e queimas de fitas e que contou com a participação do IDT.
«Na altura a distribuição dos postais foi criticado por ser entendida como um estímulo ao consumo. Não é disso que se trata. Não faz mal aos jovens, que obtêm informação por múltiplas vias, tê-la disponível de uma forma credível e respeitável», esclareceu.
«Penso que é necessário dizer aos jovens que as drogas proporcionam sensações agradáveis e é por isso que as pessoas as usam, mas envolvem uma plêiade de riscos que é necessário conhecer», referiu.
Na opinião do presidente do IDT «é fundamental que à partida as pessoas conheçam os riscos envolvidos e tenham tanta informação quanto possível, ficando habilitadas a fazer escolhas conscientes».
Lusa/SOL
Pode-se protestar usando o endereço do IDT idt@idt.min-saude.pt

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