O bastonário da Ordem dos Advogados diz que “há crimes sem castigo na hierarquia do Estado” e defende uma “investigação político--parlamentar às fortunas de alguns políticos”. O procurador-geral da República já determinou a abertura de um inquérito às declarações do advogado, coordenado por Cândida Almeida, e o CDS-PP vai chamá-lo ao Parlamento.
Marinho Pinto lançou a acusação em entrevista à Antena 1 mas recusou-se a avançar com nomes, situação que causou várias reacções de indignação contra a “generalização da suspeição”. Questionado pelo CM, o advogado de Coimbra explicou que estão em causa “situações que toda a gente vê”, dando como exemplo os casos de “membros do Governo que fazem negócios com empresas privadas e depois quando saem vão para administradores dessas empresas”. “Esbanja-se milhões de euros em pagamentos de serviços cuja utilidade é duvidosa e depois não há dinheiro para necessidades básicas”, acrescentou o advogado, dizendo que não é magistrado nem investigador e que não faz denúncias criminais, apesar de ter sido desafiado pelo ex-bastonário Rogério Alves e por Vitalino Canas, porta- -voz do PS. Marinho Pinto disse não ter provas mas apenas indícios, baseando-se em “situações públicas e notórias”: “Há uma criminalidade em Portugal, da mais nociva para o Estado e para a sociedade, que anda aí impunemente. Muitos exibem os benefícios e os lucros dessa criminalidade e não há formas de lhes tocar. Alguns até ocupam cargos relevantes no Estado Português.” O deputado do CDS Nuno Melo lembrou que o causídico de Coimbra “já não é apenas um advogado que faz declarações polémicas” e classificou as suas afirmações como “gravíssimas”. Recorde-se que, durante a campanha para a Ordem, Marinho também afirmou existirem “indícios” de que alguns advogados estariam “a dar cobertura a actividades menos transparentes de corrupção”, acusação que indignou a classe.
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