22/12/2008

Paciência dos Funcionários

Já há vários anos que os funcionários públicos têm vindo a perder poder de compra. Foi recorrente, ano após ano, a "manipulação" da previsão da inflação no sentido do aumento dos funcionários ser efectuado o mais baixo possível, tendo em conta a tão propalada redução do deficit. Nestes termos, os funcionários são credores de um aumento bem acima da inflação.
Tudo isto seria muito claro se não nos encontrássemos dentro de uma crise económica mundial, a qual ainda não se vislumbra o seu fim.
Os 2,9% propostos pelo governo podem-se resultar num aumento real dos salários. O aspecto contraditório desta crise, que pode conduzir a uma deflação, leva-me a pensar que a inflação do próximo ano registará porventura números mínimos. Devido a este facto, e tendo em conta que se trata de ano de eleições (pois caso contrário, a proposta inicial do governo nunca seria tão elevada), parece-nos algo incorrecto fazer finca-pé num aumento superior ao proposto pelo governo. Há, como cidadão, saber aguardar por um ano melhor em termos económicos e aí ser mais exigente em termos de remuneração.
De facto, devemos pedir mais uma vez paciência aos funcionários públicos, que nos últimos dez anos perderam quase 20% de poder de compra, no sentido de guardarem as suas legitimas reivindicações para o próximo ano.

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