Já tinha ouvido falar de verdades inconvenientes. Verdades que não se podem expressar em voz alta, que é preciso coragem para afirmá-las, etc.
Sem querer fazer quaisquer juízos de valor, com esta notícia, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa demonstrando a sua oposição à proposta de lei sobre o financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais, aprovada há dias na Assembleia da República, proposta essa elaborada pelo seu grupo parlamentar, inclusive já votada por quase um completo e despudorado unanimismo, ocorreu-me que existem verdades convenientes.
Sim, verdades convenientes em vários aspectos.
Convenientes no aspecto em que cai sempre no goto da maioria da opinião pública revelá-las em voz alta; convenientes, na aspecto que nos permitem distanciar do partido político pelo qual somos candidatos, mas que se encontra a descer nas intenções de voto; conveniente porque depois de aprovada, a minha voz contrária pouco poderá alterar seja o que for; conveniente mais uma vez, porque ao criticar a iniciativa de lei faço uma crítica implícita a todos os partidos da oposição.
É bom ter um partido grande, que nos permita usufruir de um número de destacados militantes que sejam constantemente a favor e contra as decisões do próprio partido. Por outras palavras, estar dos dois lados da barricada.
Enfim, isto é democracia.
DELITO há dez anos
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*José António Abreu:* «Não deixa de ser curioso reparar na prudência com
que a esquerda à esquerda do PS comenta a dete...
Há 2 horas
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